As duas denominações, ou seja, o jogo problemático e o jogo patológico são originárias da 4ª edição do “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders” (DSM-IV), publicada pela American Psychiatric Association. No entanto, já na 5ª edição do mesmo manual (DSM-5) publicada em 2013, não se fazia menção à diferenciação entre as referidas denominações e começou a ser dada uma classificação aos níveis do comportamento resultante do distúrbio do vício do jogo (Gambling Disorder): leve, moderado e grave. Nos últimos anos, as instituições de tratamento de dependência do jogo da RAEM começaram a utilizar os recentes instrumentos de avaliação para classificar o nível do distúrbio do vício do jogo dos indivíduos que solicitam ajuda.
- Os casinos sempre possuem vantagens;
- Considerem que jogo é um jogo em dinheiro e não é um meio para ganhar dinheiro;
- Nunca devem utilizar as despesas próprias ou da família para jogar;
- Marquem uma quantia exacta para jogar e são obrigados a cumpri-la;
- Marquem a limitação de tempo para jogar e são obrigados a cumpri-la.
- Nunca devem utilizar o cartão de débito ou de crédito para jogar, caso possível, devem deixá-los em casa; e
- Nunca jogar com o dinheiro emprestado (Mesmo que ganhasse, o ganho não chegava para cobrir o juro.)
Como jogador:
Parar imediatamente de apostar, a fim de evitar o aumento do endividamento.
Incumbir familiares em quem tenha confiança de apoiar na gestão dos assuntos financeiros, nomeadamente guardar a caderneta do banco, cartão do banco para levantamento de dinheiro, cartão de crédito, entre outros.
Controlar a disponibilidade de dinheiro que pode ter na posse, por exemplo estabelecer um limite no valor do numerário que pode utilizar por semana, alterar o nome da sua conta bancária, ou seja, além do seu nome, acrescentar mais o nome de um familiar em quem tenha confiança, para poder levantar o dinheiro.
O jogador que se encontra endividado deve evitar de resolver as dívidas através do jogo, antes deve definir um plano para a devolução do dinheiro, pois nesse sentido pode não só aliviar as pressões económicas, mas também edificar a auto-confiança em deixar o vício de jogo.
Como família:
Proteger o dinheiro e os bens pessoais, evitando dar muito dinheiro ao jogador, mesmo quando diz respeito às compras, pagamento e mesmo até ao pagamento das divídas.
Fazer o possível de encarregar o familiar de se responsabilizar pelos registos das entradas e saídas diárias efectuadas pelo jogador e por toda a família.
Os problemas com que deparam esses indivíduos são principalmente: os problemas emocionais (ansiedade, depressão, raiva), a má relação familiar, a falta de vontade para trabalhar ou para estudar, as relações interpessoais tensas, bem como, os problemas/conflitos resultantes de dívidas, entre outros.
Se bem que à partida estas palavras não foram ditas para mentir, mas na realidade, revelam que os jogadores não acreditam que vão perder no fim. Portanto, se os jogadores não desistem dessa ideia, eles irão continuar a apostar.
Nós todos sabemos que você não espera ver a tua família preocupada ou que não sabe como enfrentar a sua família, mas é de saber que, se bem que é difícil, tens de ser honesta e dizer a verdade à tua família, pois a mentira vai ser descoberta qualquer dia, por isso deves dar a conhecer à tua família o mais cedo possivel para evitar a deterioração das suas relações com a família, caso contrário vais ter que enfrentar uma situação mais difícil ainda.
Os tratamentos a realizar pelos assistentes sociais desta Divisão variam em função da fase em que se encontram os utentes. Assim, por exemplo, se um utente está a meditar sobre se deve acabar com o vício do jogo, o assistente social vai ajudá-lo a encontrar razões para a eliminação do vício e dar-lhe força e coragem para alterar o seu comportamento. E se o utente decidir com firmeza acabar com o vício do jogo, o assistente social vai encorajar e apoiar o mesmo a definir um objectivo viável e visível. Serão prestadas ajudas no sentido da consolidação das dívidas, evitar a tendência para apostar, lidar com as emoções e pressões, melhorar as relações familiares, reconstruir os modos de vida saudáveis e prevenir a reincidência no vício do jogo.
Os aconselhamentos prestados tanto por telefone como na "Casa de Vontade Firme" são mantidos em sigilo.
Em primeiro lugar, não deve ralhar directamente com eles, pois se assim for, os mesmos não vão enfrentar o problema, por isso propõe-se que faça o possível para estares calma e inteirar-se das situações relativas ao vício do jogo e às dívidas, no sentido de poderes encorajar os mesmos para receberem aconselhamento e na fase de reabilitação, deves prestar-lhes todo o apoio emocional. A par disso, não deves pagar directamente por eles as dívidas, pois são eles, os próprios que devem pagar e deves permitir que os aconselhadores do jogo intervenham para os apoiar na consolidação das divídas, de modo que os mesmos possam aprender a enfrentar o seu problema.
Pagar as divídas dos mesmos, não significa eliminar as dívidas. O seu apoio equivale a dizer que estais a encorajar os mesmos a continuarem a apostar, ou melhor a perder mais, sem contudo precisarem de suportar as consequências da sua acção de jogar. É de saber que, o seu apoio pode contribuir para uma situação que não tens capacidade para lidar e as consequências vão ser mais graves quando comparado com àquelas surgidas na altura em que prestastes o apoio pela primeira vez em pagar as divídas. E mais, você deve poupar certo dinheiro para reserva, pois é possível que o mesmo seja necessário para situações de improvisas. Tens que ter consciência de que, não pagar por eles as dívidas não significa que queres abandoná-los. O essencial é encorajar os mesmos para receber o aconselhamento sobre a eliminação do vício do jogo e serem capazes para assumir os seus próprios problemas e para os resolver.
A missão principal desta Casa é prestar apoio aos utentes na resolução dos problemas relativos ao jogo, por isso não irá prestar apoio pecuniário. Mas, no caso de os utentes se depararem com dificuldades económicas não decorrentes do vício do jogo, mas sim das condições de vida, esta Casa irá considerar a gravidez da situação e encaminhá-los, se necessário, para os cinco centros de acção social deste Instituto.
Jogar não basta ser seu problema. É de saber que a acção de jogar irá prejudicar a vida dos outros que vivem à sua volta e que irá afectar de forma grave a economia da sua família. Entretanto, a sua família irá também ficar preocupada com a sua saúde e segurança. Sempre que o pagamento das dívidas é exigido junto ao domicílio, poderá causar grandes pressões emocionais à família e mais, a acção de jogar pode servir de um mau exemplo para os seus companheiros.
Não existe de facto relação directa entre as duas. É de saber que, seja que tipo for o jogo, as pessoas também podem ficar entregues ao jogo. Mas, existe uma relação entre o dinheiro da aposta e o tipo de jogo. Por exemplo mahjong, poucas pessoas vão perder 80 ou 100 mil de uma vez, ao passo que bacará ou corridas de cavalo, o dinheiro de aposta é muito maior, as pessoas podem perder 80 ou 100 mil em algumas horas ou de uma só vez.
No caso de o mesmo não quer confessar que está víciado e que continua a apostar, significa que não quer mudar o seu comportamento, pelo que a família deve tomar a iniciativa de pedir ajuda dos outros, aprendendo formas para se auto-proteger e também proteger-se dos outros familiares. Antes de este membro da família deixar o vício, ao menos tens que recorrer às formas que se seguem para se proteger a si próprio:
- Se o seu familiar tiver o seu cartão de crédito suplementar, convém pedir o cancelamento deste cartão;
- Se tiver conta solidária com o seu familiar, convém pedir o cancelamento de um dos nomes desta conta, por forma a evitar que o mesmo saiba da tua situação financeira ou te venha a pedir dinheiro. Deves considerar o envio dos extractos da conta ou outros documentos relevantes à casa de outros familiares ou amigos em quem tenhas confiança;
- Alterar o código do cartão para levantamento de dinheiro da sua conta bancária e do código para acesso às suas informações;
- Colocar os artigos preciosos na cofre;
- Dar a conhecer aos outros (familiares, amigos) o vício de jogo de que tem o seu familiar, com vista a que os outros recusam de lhe emprestar dinheiro;
Além de dinheiro, os familiares irão enfrentar grandes pressões emocionais (são exemplos destes: surpresa, ser traído, sentir remorsos, ficar zangado, deprimido e não confiam em outras pessoas), por isso podem recorrer ao apoio das instituições quando necessário. E, mais o IAS irá dar orientações aos mesmos para poder enfrentar a situação de risco. Através de algumas formas de comunicação ou melhoramento das relações, procura incentivar os jogadores a recorrer ao apoio de outros.
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